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13/05/2018 | MÃE!!
Mães: entre a força e a sensibilidade
Você já parou pra pensar no significado semântico dessas três letras mais o til? Hoje me dei ao trabalho de pesquisar no dicionário: "Mãe (substantivo feminino) 1. mulher que deu à luz, que cria ou criou um ou mais filhos; 2. fêmea de animal que teve crias ou que cuida ou cuidou delas"[1]. E ao ler o significado dei-me conta da profundidade desse substantivo, porque convenhamos...dar à luz requer força e coragem, ainda nos dias de hoje. E ter crias ou criá-las, além de força e coragem, uma boa dose de sensibilidade. Não apenas pelo reconhecimento popular contido no jargão de que "filhos não vêm com manual", mesmo que viessem...não poderíamos dispensar a sensibilidade...aquela que desenvolvemos ainda quando os carregamos no ventre, quando sentimos o primeiro chute, os rebuliços nas entranhas...ou quando intuitivamente deciframos ou tentamos decifrar o primeiro choro. E as que geraram no coração, mais sensibilidade ainda, para um amor sem precedentes que possui o mistério de ser pré-existente. As mães leem mentes e olhares.
O fato é que não há garantias em ser mãe. Não sabemos se daremos conta, não sabemos se seremos bem sucedidas, não sabemos se nossas escolhas serão 100% certas e os resultados são ainda mais incógnitos. Mas aí a força e a beleza, pois mesmo diante de tantas incertezas nós nos aventuramos, é o poder desse substantivo feminino, a fêmea animal que nos move, nos impulsiona, nos empondera e nos capacita à medida em que se ouvem aqueles gritos e alaridos pela casa: - manhê, vem cá; - mãe...me ajuda; mãaaaeee, mãaaeeee.
Esse substantivo feminino, diminuto mas de um poder tão imenso. Eu paro e penso, tantos grandes e pequenos, sem exceção, tiveram uma mãe...alguém que lhe carregou no ventre e depois pariu. Às vezes, pelas agruras de vida...essa mãe cedo partiu, por decisão dela ou de Deus, saiu de cena e deu seu lugar a outrem, que também sendo mãe, criou e cuidou...Mas para ficar ou partir é preciso coragem...porque no poder de ser mãe há também algo de solitário, algo que talvez só o Criador decifre, não é o peso da responsabilidade...mas é
a grandeza do amor a que eu me refiro. E é um amor tão grande, forte, imenso...que só cabe entre as mães e Aquele que entende integralmente a grandeza da criação e por mistério nos confiou, aqui na terra, a função de corporificar o substantivo e torná-lo ação.
Hoje muito se fala que a sociedade vai mal porque se alterou a função das mães. Eu ouso e contesto, porque ao longo da história há tantos tipos de mães que os padrões são em vão. Peguemos o dicionário e leiamos mais uma vez: "aquela que teve cria ou criou...que cuida ou cuidou"...Por favor, o conceito é amplo...E ampla é a função. E imensurável é o amor. E maior ainda são a força e a coragem. Ser mãe ontem e hoje nunca foi fácil, pois é ter corações a mais, que batem fora do peito e que nos sujeitam a tudo. Por favor, sejamos conscientes: as mães também não vêm com manual!
* Dedico essa homenagem à minha mãe e a todas as mães da família Justiça Federal.
Fabiana Silveira (Oficiala de Justiça - Curitiba)
[1] Disponível em: